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sábado, 28 de março de 2020

Coragem!




Coragem!
Ainda que perturbada pela coronavírus, a vida continua em frente.
No domingo 15 de março celebramos o casamento de Juan Luis e Natasha, conscientes de que o vírus, rapidamente, poderá alterar também as nossas vidas. Oramos por todos os países afetados, pelos doentes, pelos mortos e suas famílias, e por todos aqueles que cuidam, servem, sofrem e amam nestes tempos difíceis. E no fim da Missa, que celebro, dedico um pouco de tempo para explicar o que está acontecendo no mundo, o que é o vírus, o que se pode fazer, e o que se pode evitar.
Na terça-feira preparámos alguns bidões de água, com torneiras e colocámo-los nas nossas escolas, para que os alunos e professores possam lavar as mãos, antes de começar as aulas, e também durante o dia. Para os alunos é um pouco como um jogo, mas é muito útil começar com esta regra elementar de higiene.
Precisamente nestes momentos estamos esperando as decisões do governo, (que prevê o encerramento das escolas, das reuniões e das celebrações).
Por enquanto os casos oficiais são somente cinco, e limitados à capital, Bangui. Veremos se e, sobretudo, como a situação evoluirá.
Às quartas, e quintas-feiras, vou a Bouar, para ver o que se pode fazer. Como Cáritas, estamos muito preocupados pelo que possa vir a suceder. Em particular estamos preocupados com as pessoas mais pobres e débeis.
Estamo-nos preparando, pensando especialmente nestes últimos. Na próxima semana passaremos por todas as dozes paróquias da Diocese (distantes, em média, entre os 70 e 100 quilómetros) para ajudar os Párocos e os diversos movimentos, e voluntários a prepararem-se para o pior.
Estamos preparando luvas, mas também comida, para poder estar próximo de quem corre o risco de ser abandonado (anciãos, pobres, pessoas incapacitadas).
E haverá também máscaras. Dado que é muito difícil encontra-las, estamos fazendo-as com a tela local. Aqui as explicações:













domingo, 22 de março de 2020

Cuidar do mundo






Cuidar do mundo
Desde que estou na África-Central, é uma das primeiras vezes, em que a situação se inverte assim. No geral é o resto do mundo quem se preocupa connosco. Nestas semanas, no entanto, somos nós que estamos preocupados com o resto do mundo. A crise do coronavírus está perturbando países e continentes, matando pessoas, e atingindo fortemente a muitíssima gente.
Entretanto pensamos nas nossas famílias, nos nossos amigos, em todo o mundo, damo-nos conta do frágeis que somos, mas também de como estamos ligados na aventura da vida, pessoas e países de todos os locais deste planeta.
Na África-Central, por agora, parece que só existe um caso.
Mas a preocupação é grande: se o vírus chega aqui, será algo gravíssimo. Só há um laboratório onde efetuar as analises, e está em Bangui, a Capital. Não há estruturas de reanimação, e nenhuma possibilidade de assistência respiratória. As medidas de contenção são muito difíceis num país onde se vive em casa, mas em muitas ocasiões fora dela.
Nestes dias não falta a Oração, a simpatia e a convicção de viver um momento muito difícil. Esta manhã a Rádio de Bozoum, “A Voz de Koyale” transmitiu o hino Italiano como um sinal de solidariedade e simpatia. Aqui vai um pequeno vídeo:
A semana passada vivemos um momento de formação com os outros Sacerdotes da Diocese.
Na segunda-feira passada fui a Bangui para acompanhar a Alban, um jovem Belga que esteve connosco dois meses. Uma vez que chegamos a Bangui, disseram-nos que o voo Air France, previsto para a tarde, estava cancelado. Conseguimos encontrar um lugar no dia seguinte, terça-feira: a partida para Duala, nos Camarões, e a esperança de partir para Paris ou Bruxelas, durante a tarde. Na terça-feira, pela manhã, às 5 horas, parecia que o voo para Bruxelas estava cancelado. Mas depois aparece no programa o voo, e o Alban partiu. Em Duala, onde tinha que passar todo o dia, encontrou um amigo que o acolheu, e de tarde o levou ao aeroporto.
Finalmente com umas horas de atraso conseguiu seguir para a Europa.
Entretanto, eu voltei a Bozoum, passando por Baoro e Bouar. São quase 600 quilómetros, e, no final, encontrei duas vacas que decidiram sentar-se na ponte e não havia maneira de fazê-las levantar-se, e se deslocarem, até que elas próprias decidiram, fazê-lo, depois de uns vinte minutos de espera.
E deste modo, devagarinho, até casa. Como todo o mundo
 


































sexta-feira, 13 de março de 2020

As mulherezitas crescem





As mulherezitas crescem
Um pouco mais tarde, porque no dia 8 de março era Domingo, também no nosso Liceu de Santo Agostinho, aqui em Bozoum, celebramos o dia internacional da mulher.
Na África-Central, nas escolas, há alguns dias dedicados a atividades culturais (desporto, conferências, teatro, jogos, danças). No fim destes dias, quarta-feira, 11 de março, foi dedicado especialmente às meninas do nosso Liceu.
No mundo da escola, frequentemente as meninas, nos primeiros anos da escola básica, são muitas (às vezes mais que os rapazes). Mas à medida que crescem, progressivamente são retiradas das escolas para se dedicarem antes de mais nada às tarefas familiares (cuidar dos irmãos mais pequenos, ajudar em casa) e, depois, para se casarem (com frequência em idade muito -demasiado- baixa). E assim, desde a escola elementar em diante, o número diminui até chegar a uma minoria (em alguns casos menos de 10% de toda a turma).
Por isso é importante animar as meninas seguir os estudos, para que ampliem os horizontes de uma vida que, para uma mulher na África-Central, se apresenta bastante difícil.
E assim, o 8 de março é ocasião para que as nossas meninas reflitam, mas também que se divirtam serenamente com sketches, danças e jogos.
Entretanto, também na África-Central vivemos ao ritmo do coronavírus. Graças a Deus, por agora, no país não se registou nenhum caso. De qualquer modo estamos preocupados, porque se chega cá, será uma catástrofe (só há um laboratório, na Capital para fazer o teste).
Mas seguimos com preocupação o que se está a passar na China, Itália e toda Europa, Ásia, América, Austrália. E a todos temos presentes na nossa Oração, no afeto e na simpatia. 



Via Crucis



Tavola rotonda
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