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sábado, 23 de maio de 2020

25 anos (e um pouco mais)




25 anos (e um pouco mais)

Hoje, quinta-feira 20 de maio, aqui na África-Central, celebra-se a festa da Ascensão. E  enquanto caía uma chuvada muito forte, celebrei a Missa, esta manhã, com menos de dez pessoas.  Mas agora já estamos na estação das chuvas, e o temporal desanimou um pouco os cristãos.

A construção da capela de Bokongo continua, e esperamos poder colocar o telhado brevemente e acabar os outros trabalhos dentro de um ou dois meses.

O coronavírus, na África-Central, continua aumentando seriamente. Dos 260 casos da semana passada, temos agora 436.

Segunda-feira, apesar destas coisas que acabo de dizer, recebi uma boa notícia. Na realidade foram quatro. A igreja italiana, graças ao ‘8 x mil’, destinou alguns fundos para a emergência do covid 19 em África. Apresentamos quatro projetos à Cáritas italiana, para ajudar os hospitais de Nim, Niem, Maigaro e Wantigera, e todos foram aceites. Com esta ajuda podemos comprar máscaras, batas, luvas para proteção, mas também equipamentos para análises, e tratamentos.

E ontem, quarta-feira 19 de maio, o P. Norberto Pozzi celebrava 25 anos de Sacerdócio. Pudemos, apesar de tudo, fazer um pouco de festa. Vieram alguns Irmãos Carmelitas de outras Comunidades, prestando uma atenção particular, e com muita precaução. Às 10,30 celebramos a Missa, presidida por Mons. Mirek Gucwa, o Bispo de Bouar: uma bela ocasião para dar graças a Deus pelo Dom do Sacerdócio, mas também para agradecer ao Pe. Norberto pela sua fidelidade e pelo seu trabalho.

O Pe. Norberto, de Lecco, chegou à África-Central como voluntário, em 1980. Desenhador, construtor, mas também mecânico e grande operário, entrou no Carmelo, e em 1995 foi Ordenado Sacerdote, trabalhando sobretudo nas aldeias à volta de Bozoum.











domingo, 17 de maio de 2020

Obras abertas e obras encerradas



Obras abertas e obras encerradas

A vida continua, a um ritmo um pouco diferente, por causa do coronavírus. Na África-Central os casos aumentaram para mais de 250 (119 desde há uma semana). Nota-se que há um pouco más de medo (ainda que as atividades, e viagens, festas e reuniões sejam se alternadas, desafiando com frequência as regras de distância e de higiene)

Nestes dias, como Cáritas, conseguimos comprar termómetros infravermelhos, que pusemos à disposição de alguns hospitais e dispensários. E amanhã lançaremos um pedido de 6.000 máscaras, que serão fabricadas localmente e darão segurança no trabalho.

Na paróquia, embora não possamos ter as celebrações dos Batismos e outros sacramentos, continuamos com os exames de catecismo.

A grande e boa notícia é a saída das empresas chinesas de Bozoum.

Há alguns dias, que vão passando camiões carregados de bulldozres e escavadoras, que abandonam Bozoum sobretudo em direção ao sul (provavelmente para Yaloke e Bambari).

Abandonam, mas por desgraça deixam um desastre. Ou melhor vários desastres.:

·      A contaminação do rio, e das águas da zona com o mercúrio (que permanecerá durante décadas na água, na terra, na  vegetação e em toda a cadeia alimentar).

·       Um rio meio  perdido! Com montes de cascalho e terra, e poços de água profunda: a semana passada sete pessoas se afogaram nele.

·     Uma fonte de doenças e malformações;  há já casos de recém-nascidos com a espinha bífida e macrocefalia.     

·      Um desfile de violências e atropelos, com feridos, mortos, e desprezo por tudo o que seja justiça.

·       Um país mais pobre: enquanto que as empresas gastaram, num ano, mais de 7 milhões de euros (mais de 4.700,000 f CFA) declararam extrair ouro por pouco mais de 4.680,000 euros (3.65-000 de f CFA). É estranho que as empresas trabalhem com prejuízos. E segundo os balanços oficiais do Estado, não houve nenhum aumento de entradas.

·        Uma região mais pobre: por culpa das autoridades muito corrompidas, as comunidades locais não obtiveram nenhum benefício (aparte do mercúrio, a água contaminada, malformações, violências e injustiças). As empresas chinesas tinham prometido 36.000 euros (24 milhões de F cfa) para construir escolas e dispensários. Entregaram-nos, mas só se utilizaram uma parte (e não construir escolas, mas sim uma tribuna para as autoridades, para a festa nacional do 1º de dezembro). Jamais se construiu uma escola, dos dois dispensários construi-se pouco menos de metade (e não se terminaram). A empresa que construiu a tribuna recebeu 9’5 milhões de C cfa (e 2’5 milhões se evaporaram), enquanto que para os dois dispensários não construídos) se gastaram menos de dois milhões cfa. Moral da história: algumas autoridades locais embolsaram mais de 12 milhões de f cfa (perto de 18,000 euros), que estavam destinados a compensar, ao menos em parte, a população local.

Ânimo!









Esami di catechismo
Examens de catéchisme





sexta-feira, 8 de maio de 2020

Homens trabalhando... Obras





Homens trabalhando...
Obras
 O tempo passa. As escolas continuam fechadas há mais de um mês, e a situação, pouco a pouco, tende a piorar. Até hoje os casos do coronavirus na África-Central são 119. O  governo, ou ao menos, uma parte dele, está fazendo sérios esforços, ajudado pela comunidade internacional, para comprovar e tratar as pessoas positivas e identificar a quem poderá vir sê-lo.
Os deslocamentos entre a fronteira com os Camarões e a capital, Bangui, diminuíram um pouco, mas os controles são muito escassos. Esta manhã, quinta-feira, 7 de maio, saí de Baoro às 5 h. e ao longo de 400 quilómetros não tive nenhum controlo nos doze postos de controle espalhados ao longo da estrada.  
As escolas continuam fechadas, mas com as transmissões por meio da rádio, tentamos continuar, ao menos em parte, com as aulas.
A situação já é difícil em Bangui, onde foi instalado um departamento para 13 pessoas infetadas, com o covil-19. A toda a pressa se está preparando outro. Mas no resto do país ainda não há nada.
Ontem, quarta-feira, fui a Bouar, onde tivemos uma reunião com o Sr. Bispo, e a Ir. Maria Teresa (responsável da Farmácia diocesana), e os doutores Ione Bertocchi e o P. Tiziano. Esperamos as respostas às várias perguntas que temos feito. Como Cáritas, estamos preparando os nossos hospitais, e centros sanitários, com a compra de material de proteção, de terapia e de medicamentos.
É uma grande obra…. E faremos todo o possível.















sábado, 2 de maio de 2020

E por fim chegou!




E por fim chegou!
Pouco a pouco (yeke yeke, se diz em Sango) o coronavírus, que chegou à África-Central em março, está crescendo.
Ao princípio poucos casos, ligados sobretudo, a pessoas vindas da Europa. Logo depois, por desgraça começaram a aparecer os primeiros doentes "locais": pessoas que se infetaram aqui no país. Também porque, entretanto, o aeroporto de Bangui foi encerrado. Infelizmente não só se fecharam as fronteiras com os Camarões. Ou melhor, foram encerradas, mas as decisões não foram respeitadas. E o contínuo viajar de pessoas entre os dois países (os Camarões têm já quase 2.000 pessoas positivas) desencadeou o inevitável. Hoje foram identificados os primeiros casos fora de Bangui, em Bouar, a 110 quilómetros de Bozoum.
Até hoje os casos são 64. Poucos, em relação aos números da Europa. Mas muitos para um país com um sistema de saúde muito frágil.
Durante esta semana, até quarta-feira, estive em Bouar. Passei a manhã no nosso Seminário de Yolé. Aqui as Irmãs indianas são responsáveis de um dispensário, e temos procurado, juntos, o que fazer para tratar os doentes, sem correr riscos para eles, e para os funcionários.
Em Bouar reuni-me com os responsáveis da Comissão Sanitária da Diocese, com quem preparei um programa de ajuda, de material e medicamentes, que precisamente nestes dias nos enviou a Cáritas Italiana. A Conferência Episcopal Italiana destinou as ajudas para a emergência Covid-19 em África, e esperamos poder ajudar a muitas pessoas nos nossos hospitais.
Aqui em Bozoum, por agora, tudo está tranquilo. Demasiado tranquilo.
A questão do vírus não foi tomada muito a sério, e mercados, comércios e deslocações continuam sem grandes problemas. Por agora.
Nestes dias as empresas chinesas estão transferindo parte das suas máquinas, para a extração do ouro, para outros locais. Em teoria teriam a obrigação de restabelecer o leito do rio como estava antes da sua chegada. Na realidade, depois de ter destruído o rio, deixaram praticamente tudo no ar com montanhas de cascalho e buracos cheios de água. Infelizmente nestes últimos dez dias, sete pessoas morreram afogadas.




Liquore in sacchetti...
Liqueur en sachet