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domingo, 28 de abril de 2019

Páscoa de 2019.





Páscoa de 2019
Christus vivit! É a palavra que dissipa a noite e traz a Luz para a nossa vida. Há algumas semanas o Papa Francisco publicou a Exortação que tem precisamente este título, dirigida aos jovens: "Cristo vive! Ele é a nossa esperança e a juventude mais bela deste mundo. Tudo o que Ele toca, se converte em novo, se enche de vida... Ele vive e quer que estejas vivo".
A Páscoa tem sempre em toda a parte uma força única, que supera tudo: vida e morte, espaços e tempos.
Também em Bozoum a vivemos com intensidade. Depois do Tríduo Santo e as Celebrações de Quinta e Sexta-feira Santa, no Sábado Santo vivemos a grande Vigília Pascal, iniciada ao ar livre, diante da igreja, na escuridão e com o fogo aceso, símbolo do Ressuscitado. Acendemos o Círio Pascal e entramos na igreja e depois, seguiram-se as leituras e a homilia, celebramos os Batismos. Este ano foram 58 crianças. Jovens, adultos e 10 bebés.
Antigamente toda a Quaresma era um período de preparação para o Batismo, que normalmente se celebrava na noite de Páscoa.
 É sempre bonito ver os catecúmenos aproximarem-se da fonte Batismal: muitos estão cheios de alegria, alguns profundamente emocionados.
A Vigília Pascal, que começou às 18'30 e terminou às 22 horas, e imediatamente a cidade se encheu de cânticos dos batizados e da Comunidade cristã, presentes em todos os bairros.
No Domingo Celebramos a Missa às 8'30. A Igreja estava cheia, e a Celebração foi muito participada e ativa. E no fim os batizados, acompanhados de amigos, parentes e dos coros dos seus bairros, saem da igreja, envoltos em roupas coloridas, e apoiados pela Comunidade cristã.
Os dias seguintes são dias de (relativo) descanso, e também aqui existe a tradição da “segunda-feira de Páscoa": tanto na segunda como na terça-feira temos a alegria de receber amigos e confrades de outras Comunidades, e partilhar com eles a mesa (e agora a já mítica pizza de Bozoum).
Feliz e santa Páscoa da Ressurreição!

















Luigina e Nathalie e la produzione dei tortellini








sábado, 20 de abril de 2019

A caminho para a Páscoa





A caminho para a Páscoa
Faltam poucos dias, já, para a grande Festa da Páscoa.
Sexta-feira, 12 de abril, começamos a grande Peregrinação dos jovens. De dois em dois anos, por volta do Domingo de Ramos, organizamos uma grande (e longa) Peregrinação para os jovens da paróquia. Este ano fomos a Hahoyo, uma pequena aldeia a 48 quilómetros, na estrada que vai desde Bozoum até Bouar.
Éramos quase 300 pessoas ao sair: crianças, jovens, mães e pais. Reunimo-nos na Igreja e, depois de uma breve oração, saímos. Graças a Deus o céu estava encoberto, e assim caminhamos melhor. Fizemos uma parte do caminho em oração (Via Crucis, Rosário, Cânticos...) e, a andar bem, chegamos à aldeia de Bouforo pelas 18'15h. Umas quatro horas e meia para 24 quilómetros.
Aqui os peregrinos passaram a noite, acolhidos em várias telheiros, casas e debaixo de árvores, e depois de uma ceia rápida, esperava-os um breve repouso. Eu voltei de carro a Bozoum pela noite, e voltei de manhã a Bouforo, às 5'30. Pusemo-nos todos juntos em marcha e, depois de hora e meia na savana, fomos outra vez para a grande estrada. O céu estava encoberto, e a chuva aproximava-se, até que nos aproximamos de Kounde, pelas 8'30h. Caminhamos debaixo de chuva durante duas horas, estávamos completamente molhados quando chegamos finalmente a Bahoyo, pelas 10'30h.
Aqui a equipe da cozinha está já trabalhando, e entre as escolas e a capela ao menos podemos trocar de roupa (quem a tinha) e ficar um pouco mais secos.
Pela tarde, depois de um merecido repouso, há um tempo para as confissões. E no dia seguinte, Domingo, é a grande Procissão de Ramos, que se faz na aldeia.
 Sábado ao fim da manhã volto a Bozoum, também para estar presente para as confissões. E Domingo, pela manhã, também nós Celebramos a Festa dos Ramos. Como os habitantes de Jerusalém, aclamamos a Jesus e entramos em Procissão na Igreja.
A Missa é muito emocionante, precisamente porque nos introduz na Semana Santa.
Pela tarde, em dois camiões, os peregrinos voltam a Bozoum.
Para todos um longo caminho para a Páscoa.
"Deus foi morto e fomos nós que o matamos: esta frase foi tomado quase literalmente da tradição cristã e, com frequência, nós temos repetido, nas Vias Crucis, algo parecido sem nos apercebermos da tremenda gravidade do que dizemos. Matamo-Lo, encerrámo-Lo no saco antiquado dos pensamentos habituais, exilando-O dizendo frases feitas ou preciosidades arqueológicas (...). Quando a tempestade tiver passado, nos daremos conta até que ponto a nossa fé está cheia de subtilezas. E no entanto, Senhor, não podemos deixar de Te importunar. Deus que está em silêncio, dorme, e nós gritamos: desperta! não vês que nos afundamos? Desperta, não deixes que dure sempre a obscuridade do Sábado Santo. Deixa cair um raio de Páscoa também em nossos dias. Une-Te a nós enquanto desesperadamente nos dirigimos para Emaús, para que os nossos corações possam inflamar-se com a Tua presença". (Joseph Ratzinger)
Feliz e Santa  Páscoa!







camminando sotto la pioggia
en marchant sous la pluie



il ritorno
le retour


Domenica delle Palme
Dimanche des Rameaux




Il fiume, inquinato dalla ditta che estrae l'oro
le fleuve à Bozoum, pollué par l'entreprise qui extait l'or


domingo, 14 de abril de 2019

Demasiada riqueza?





Demasiada riqueza?
Como tudo na vida, também nesta semana houve momentos de dor, e outros de esperança.
Na sexta-feira passada morreu em Bangui o professor Ives Woko. Tinha 73 anos, foi professor durante toda a sua vida (no ensino público, e nos últimos 20 anos na nossa escola de Bozoum). Um homem justo, cheio de fé e de gratidão por tudo, mesmo quando a vida era demasiada dura para ele.
No sábado pela manhã fui ao rio Ouham, para tentar entender se a decisão do Ministério, de suspender todas as atividades de extração de oiro por parte da empresa chinesa, foi respeitada ou não. Quando cheguei à distância de meio quilómetro do rio, já se ouviam os ruídos das máquinas. Passei o rio e caminhei durante mais  de um quilómetro e meio ao lado da obra. É impressionante! Desviaram a água do rio com um canal de quatro metros de largura, e quatro excavadoras estão recolhendo toda o cascalho e areia do fundo, colocando-as em cima de máquinas  para escolher e extrair oiro. Ninguém  controla, nem uma atenção por parte das autoridades. E as obras prolongam-se por um esapço de uns dez quilómetros. Os recursos do País, que poderiam servir para o seu desenvolvimento, estão sendo roubados sem vergonha e deixam cicatrizes profundas, não só no leito do rio.  Pergunto-me (e inelizmente já sei a resposta), se a decisão do Ministério é um  ato sério, ou é simplesmente uma operação de fachada!.
Segunda-feira fui a Bocranga (passando por Bouar). O Bispo pediu-me que vá com ele, na terça-feira, à zona de Koui, onde os rebeldes do movimento 3R se instalaram desde há quatro anos. São terras ricas: aqui se concentram centenas de milhares de vacas e isto ocasiona tensões entre os pastores e os agricultores, mas também entre as diversas etnias.
Nestes anos houve muitos episódios de violência, e com frequência as pessoas tiveram que fugir. Encontramos uma aldeia, Lobaye, na estrada entre Bouar e Bocaranga, onde há umas 500 pessoas que proveem precisamente de Koui.
Terça-feira pela manhã fomos a Boyay Wantonou, uma aldeia a dez quilómetros de Koui, para um momento de encontro, de Oração e de reconciliação. Estavam presentes, além do Bispo, o Imã, e os Pastores Protestantes (e não faltou o Presidente da Câmara, nem o Sidiki, o líder dos rebeldes). É um momento de Oração intensa e intercâmbio, que se transforma pouco a pouco numa alegre festa.
De tarde vivemos um momento semelhante em Koui: uma aldeia onde se misturam construções típicas, com outras mais próprias do Chad ou do Sudão, e também uma bonita Mesquita. Enquanto estávamos rezando chegou a chuva, como se fosse uma bênção.
Encontro-me aqui como representante da Cáritas para tentar conhecer as necessiadades, e ver o que se poderá fazer. As necessidades são tantas, numa parte do País quase abandonada (só há um Professor estatal para vinte escolas. Os outros 42 Professores são todos “maîtres-parents”: jovens e adultos que se comprometeram em ensinar algo às crianças). --




Rifugiati nel villaggio di Lobaye
Déplacés dans le village de Lobaye
 







P.Robert, ecc
P.Robert, etc


Preghiera per la pace
Prière pour la piax
Prayer for peace




Yves Woko

6 aprile 2019: un cantiere per l'oro
6 avril 2019: un des chaniters pour l'extraction de l'or