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domingo, 24 de setembro de 2017

E são 25 anos (mais um)




E são 25 anos (mais um)
Faz hoje precisamente 25 anos que cheguei à África-Central. Era o dia 22 de setembro do ano 1992. Já tinha estado em Bozoum um ano, entre 1982-1983. Mas em 1992, parecía-me estar já há muito tempo, e de verdade. Nem acreditava que já tinha passado um ano, só pude dar graças a Deus, às pessoas, à minha Família Carmelita, e à minha Família de sangue, por tudo o que recebi nestes anos. Vinte e cinco anos passam como um sopro, e passaram muito velozes. Vamos ver os próximos anos.
No sábado, dia 16, estive em Bouar com as nossas Comunidades de formação. Pela manhã, durante as Laudes, sete jovens receberam o Hábito e, deste modo, deram inicio ao seu ano de Noviciado. Um pouco depois, três jovens terminaram o seu ano de noviciado, emitindo os seus Votos: Prometeram a Deus viverem em Pobreza, Castidade e Obediência.
O mês de Setembro, aqui na África-Central, é o período de voltar, de novo, às actividades pastorais e educativas.
Domingo, dia 17, os vinte Movimentos da Paróquia estavam presentes para a Eucaristia das 8,30h., na qual começamos as atividades pastorais. Nestes dias recomeça-se a catequese: à volta de 3000 crianças, jovens e adultos que se preparam, assim, para cereber o Batismo, daqui a quatro anos.
Segunda-feira foi o dia da abertura das escolas, em todo o País. E finalmente, depois de dois meses de férias, os caminhos, a praça e as aulas da Missão enchem-se de vozes de centenas de crianças, desde a creche ao Liceu, passando pelas escolas elementares e outros cursos. Todos estão contentes: Os Professores, os Padres e as crianças: é assim mesmo, entre os mais pequenos, inclusivamente, ninguém chora.
Treça-feira, pela manhã, pus-me a caminho e desci a Banguí. Tivemos dois de dias de trabalho com Giovani, arquiteto, que chegou para nos ajudar a ver novamente o projeto da construção do Carmelo de Banguí
Voltei a ir a Bozoum na Sexta-feira de manhã. Contente pelo trabalho realizado, mas também preocupado porque, justamente nestes dias, recebemos uma carta na qual a MINUSCA (os Capacetes Azuis) acusam a Igreja Católica de apoiar as milicias anti-balaka e de estar contra os mussulmanos.
Precisamente quando muitas missões acolhem e defendem, os mussulmanos, protegem-nos e tratam os seus doentes.
Entretanto alguns Padres são ameaçados por denunciar públicamente o que está sucedendo (por isso um Capuchinho polaco foi maltratado durante quatro horas)…Ao mesmo tempo estavamos em reunião com os líderes Religiosos (Católicos, Protestantes, e Mussulmanos).
Desagrada-me receber estas cartas, e certas acusações, precisamente de quem deveria defender os civis, e nem sequer tiveram a coragem de ir socorrer o Padre que estava a ser torturado (passaram a 15 metros de distancia… e não pararam).
Ânimo!









Riunione a Bangui con p.Federico, p.Arland, p.Mesmin, p.Dieudonné e l'arch. Giovanni (a dx)




sábado, 16 de setembro de 2017

Preparando a escola







Preparando a escola
Na África-Central as escolas abrem (mais em teoria que na práctica) a 18 de Setembro, Segunda-feira.
Na missão de Bozoum, entre a Escola Materna, Alfabetização, Centro de formação
 de Artes e Ofícios, Elementares, Médias e Liceu, há mais de 1.500 rapazes e raparigas  que vão à missão todos os dias.
 Reabrir as escolas depois das férias, significa muito trabalho: Limpeza, uma demão de pintura onde for necessário, reparações de bancos e carpintaria, confeções dos uniformes para os alunos. E muita formação.
Nestes dias os professores das escolas Elementares trabalharam no programa para as primeiras classes, com a integração da língua nacional, o Sango, e a introdução do método "Aprender jogando".
De Quarta a Sexta-feira os professores do nosso Liceu "San Agustín" trabalharam em alguns aspetos do ensino, como: a programação, a preparação dos boletins de notas, a colaboração entre os professores e a relação com os alunos.
A situação do País continua preocupante. Toda a nossa zona está cheia de violências e ataques contra as aldeias, pessoas e Famílias. No Domingo, 10 de Setembro, algumas aldeias, na estrada entre Bouar e Bocaranga foram atacados por alguns peul (criadores de gado nómadas) e queimados. Nos dias seguintes algumas ONG foram ameaçadas pelos anti-balaka na zona de Bocaranga. Em Bouar um jovem mussulmano foi assassinado por vingança, porque despois de ter sido roubado, denunciou o deliquente. O ladrão, depois de ter sido detido, foi libertado pela policía local, e vingou-se. Deste modo, ontem, os jovens e toda a cidade, estavam agitados, com barreiras levantadas pelos anti-balakas em muitas estradas.
O Governo, em tudo isto, está completamente ausente, e não há nenhuma reação concreta. Também os Capacetes azuis são acusados de imobilismo, de pouca eficiência e, com frequência, também de conivência com uma parte dos rebeldes.
Na Quinta-feira tinha, no programa, ir a Bocaranga, para organizar o ano escolar (A Cáritas Alemã nos ajudará animando uns 150 Professores) Mas finalmente tive de mudar o programa, porque há demasiada tensão, e voltei para Bouar. A viagem foi tranquila, ainda que as estradas estejam cada vez piores.
Aqui levo o material sanitário (luvas, ceringas, gazes) que a empresa checa Schubert nos ofereceu. Entrego-o às Irmãs que dirigem o dispensário de Wantigera e os hospitais de Maigaro e Niem.
Um belo sorriso, destas Irmãs, recompensa muitas viagens e muitos perigos.







Wantigera



Sr Giulia, a Maigaro


domingo, 10 de setembro de 2017

Coisas boas e más







Coisas boas e más
 Domingo 3 de setembro (isto é o mau) um grupo de rebeldes Seleka chegou a Ndim, uma aldeia a 160 quilómetros de Bozoum. Desde há alguns meses a zona está debaixo  de uma grande tensão,  grupos de rebeldes vão e veem e ficam para controlar a fronteira com os Camarões e com o Chade (vivem de roubos, saques, violências e incomodam os poucos comerciantes que se aventuram a abastecer as cidades e aldeias de mercearias  de primeira necessidade).                                                                            
  Domingo chegaram a Ndim, e fizeram refém a esposa do Alcaide (uma mulher muito competente) e o Pároco, P. Robert, capuchinho, polaco.
Ao Padre insultara-no porque defende as pessoas e denuncia o que está mal, foi esfaqueado e torturado. O povo encheu-se de coragem e conseguiram libertá-lo.
Preocupa-me muito o que sucedeu, porque tinham a intenção de assustar e fazer calar as poucas pessoas que denunciam os criminosos, mas também há quem por incompetencia e falta de vontade, deixam fazer: como fazem o governo e os capacetas azuis.
O bom... é o último trabalho feito na Igreja: ficaram por nivelar as duas colunas que sustêm o Sacrário e a Imagem de S. Miguel, o titular da Igreja. Tinhamos previsto que se fizesse uma escultura em madeira, mas o artista, depois de receber um sinal (em dinheiro) desapareceu. Agora mudamos o projeto, e chamamos um pintor, o mesmo, que tinha pintado os Apóstolos, e a decoração do ano passado.
Acabamos de fazer o trabalho: trata-se de uma decoração muito simples, mas que atrai a vista com as suas vivas cores. E sobretudo, atraiem para o Sacrário, onde está a presença Eucarística de Jesus. E sobre S. Miguel, sobre o qual esvoaçam alegres quatro Anjos.  
Sobretudo é importante, quando o mal parece prevalecer, aportar e criar beleza. Que é um dos Nomes de Deus.

P.S. O galo, do Domingo passado, o que fez o percurso de 50 quilómetros, está bem por agora…









domingo, 3 de setembro de 2017

50 km por um galo





50 km por um galo
No Domingo pela tarde, quando entrava no Cartório paroquial, aproximou-se de mim uma criança, acompanhado da sua mãe. Terá entre 2 a 3 anos, caminhava orgulhosamente com um galo na mão (que era quase maior que ele). Não entendi se o queria vender, ou o que queria fazer, e então a Mãe interveio e explicou-me. Disse-me que já há alguns meses que ele queria ver o Pe. Aurelio, e fazia as suas birras se não o trouxesse. Então a Mãe aproveitou o facto do Pe. Norberto estar na aldeia (a 50 quilómetros) para Celebrar a Missa, e pediu-lhe boleia, para levá-los finalmente a Bozoum. E o Galo? É um pequeno sinal, mas um grande presente. Estou comovido.
Quanto à sessão de formação para os Professores, organizada pelos amigos de Praga da  ONG SIRIRI.ORG chegou ao fim. Os 244 Professores das Escolas elementares estão muito entusiasmados. Foi um grande trabalho (na cozinha, para organizar a comida para todos: para os Formadores –checos, franceses e centro-africanos–), Mas a satisfação é grande. Agora, trata-se de pôr em prática o método “aprender jogando”, que já está a ser praticado aqui em Bozoum, nas nossas escolas, desde já há alguns anos. O método insiste em cinco princípios pedagógicos, muito simples, e no desenvolvimento das crianças, a partir da escola do ensino básico. Além dos cinco princípios (demonstração – – aspecto práctico – reflexão – cooperação – evolução), há o ensinamento na língua nacional, o Sango, e o uso de desenhos (murais) para ajudar as crianças a expressar-se.
Começamos com este método há três anos, nas nossas escolas, e agora são muitas as escolas que o usam. Professores e Pais estão entusiasmados, porque vêem uma diferença enorme entre as crianças que vão a uma escola assim, e seus irmãos e irmãs que utilizam o velho sistema.
Também o Ministério da Educação está interessado. Quarta-feira, durante a manhã, encontrei o Ministro da Educação, que está muito interessado, e quer ver se é possível levar esta experiência a todas as escolas do País.
Segunda-feira acompanhei a Bangui os jovens de SIRIRI, que caminharam desde a manhã até à tarde. Para eles foi uma grande experiência ver o enorme interesse, dos mesmos Professores, durante os 6 dias de Formação.
Na Terça-feira voltei a Bozoum, onde o caminho da missão se cobre, pouco a pouco, de grandes ramos de orquídeas, como todos os anos.
Levei comigo o Alexis, o pintor. O ano passado tinha colaborado na pintura das imagens, da Igreja, e agora terminará as duas colunas laterais, do Tabernáculo  e a de São Miguel Arcanjo, patrono de Bozoum (e de Cuneo).


In cucuna
la cuisine


Fine formazione


Gli affreschi didattici
Les fresques didactiques




Compleanno di Vojtech
Anniversaire de Vojtech

Bangui


La pala di sant Michele
le tableau de St Michel