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terça-feira, 31 de maio de 2022

Aprender…

 


Aprender…

Com o mês de maio, aproxima-se o fim do ano escolar, e para nós também o momento da administração dos sacramentos nas aldeias.

E também é a ocasião para refletirmos sobre a educação...

Nestes dias muitas escolas estatais estão a encerrar as suas atividades. No início do ano escolar 2021-2022, o Estado tinha obrigado a todos a atrasar o começo das aulas, para 18 de outubro. Agora, antecipou as datas dos exames das diversas licenciaturas entre fins de maio princípios de junho. Deste modo muitas escolas fecharam as várias votações e os alunos estão em casa.

Nós, nas nossas escolas, continuaremos. No entanto, até finais de junho, a fim de ter um ano escolar "normal".

Mas além dos momentos do ensino, existe, ao mesmo tempo, o grande problema dos métodos de ensinamento: que se faz quase de memória, e o pouco que os alunos memorizam, em poucos meses desaparece. Isto começa nas escolas Primárias, e continua até ao Liceu: o professor escreve um resume da lição no quadro, e os alunos devem transcrever nos seus cadernos. Todo o esforço de trabalho pessoal e de procura é sistematicamente marginalizado, de fato não há livros, e os poucos que há não estão disponíveis.

O mais grave é que falta sobretudo a reflexão e o racionar: meninos e meninas, rapazes e raparigas com muita frequência não sabem fazer um procedimento.

Estes meses estou preparando a administração dos sacramentos nas aldeias (batismos, primeiras comunhões e, matrimónios). Para fazer isto, vou de aldeia em aldeia para fazer um "exame de catecismo": junto com o catequista, fazemos preguntas aos candidatos. Com frequência as respostas "de memória" são exatas, mas procuro também compreender o que entenderam, e como refletiram sobre a fé e sobre a aventura cristã.

Quinta-feira e sábado passado fiz os exames nas aldeias de Dobere, Balembe y Barka Bongo No domingo voltei a Dobere (a 50 quilómetros), onde celebrei a missa, em que as crianças e os adultos receberam os símbolos dos passos do catecumenato: o sal (para o primeiro ano), o azeite (para o segundo ano), e os batismos. São 12, rapazes, jovens e adultos os que recebem o batismo. E Nadège e Germain celebram o sacramento do matrimónio.

É uma cerimónia longa (quase três horas), mas densa e muito participada. No fim, todos fazem festa, com cânticos, em casa do catequista. 


Dobere, trasporto acqua
Dobere, le transport de l'eau












sexta-feira, 20 de maio de 2022

Zoungbe

 

 

Zoungbe

No domingo 15 de maio fui a celebrar a missa a Zoungbe, pequena aldeia  a 38 quilómetros de Baoro. Hoje havia também muita gente das aldeias mais próximas, porque Raymond, que dirige a comunidade desde há alguns anos só voltou despois de 8 meses à escola dos catequistas de Bocaranga. E hoje começa o seu serviço de catequista, juntamente com a sua mulher Estella.

A capela é uma simples cobertura, de palha, com alguns ramos que fazem de bancos. Estão presentes os catequistas das três aldeias mais próximas, com o grupo coral de Bavi, e uma grande quantidade de cristãos. Pregunto a Raymond se quer ser catequista em Zoungbe, com o exemplo da sua vida, como dirigente da oração da comunidade, e ensinar o catecismo e ser animador da caridade.

Depois da missa houve um pouco de festa na aldeia: café, mandioca, sades com verduras um pouco de carne. Muitas danças e cânticos. A Igreja é muito bonita.

Eu pus-me a caminho, e  fui para Bangui, onde cheguei pela tarde. Veio também comigo Mario Mazzali (o Super Mario), um voluntário muito disponível e muito competente. Com ele, segunda e terça-feira, começamos a preparar as instalações elétricas e hidráulicas do novo convento em construção.

Quarta-feira pela manhã, às 5, horas como de costume tomei a estrada para voltar a Baoro. No último troço antes de Bossemptele encontrei um comboio de carros que com esfoço caminhavam pela estrada e sempre em más condições. Os trabalhos, financiados pela Banca Mundial, deveriam de estar terminados a 14 de maio. Mas a verdade é que não se vêm quase operários a trabalhar, é mais que certo que os trabalhos estão terminados, Mas as covas permanecem. Custa muito ver tanto desperdício em um país que tem tanta necessidade dessas coisas. Como custa ver trabalhar tão mal, com emendas que não duraram mais de seis meses.



Igwe


Yoro



Bawi

 







 

 

 

sábado, 7 de maio de 2022

Luzes e sombras




 

Luzes e sombras

Depois da Páscoa, há um período de tempo muito intenso para o trabalho pastoral. Dentro de alguns dias virá o Bispo para administrar as confirmações, e depois começaremos a celebrar os batismos e as primeiras comunhões em cada aldeia.

No sábado pela manhã, 30 de abril, saí muito cedo para Yoro, onde cheguei às 9 horas. Aqui reuniram-se jovens e adultos que se preparam para a confirmação das aldeias de Yoro, Sinaforo, Igwe e Bayanga Didi. É também o momento dos exames: um por um, são todos interrogados para ver se estão preparados mais ou menos para este sacramento, que é o da "maturidade cristã".

Terminamos pelas 15,horas, a seguir fui para a aldeia vizinha de Bayanga Didi, também para ver a ponte que tínhamos reparado nos dias anteriores.

Passei a noite em Yoro, e no domingo pela manhã, às 7'15, saí para Igwe, a menos de 20 quilómetros. Mas só cheguei depois das 9: horas, a estrada que na realidade a um caminho no bosque. Encontramos algumas árvores caídas. Consegui rodear duas, mas a última obrigou-me a tirar o machado (que  trago sempre no carro) e  a corta-la. Felizmente passou uma moto, que me  dei uma mão.

Em Igwe, a aldeia mais pequena , faço os exames,e estando quase a acabar, começa um grande temporal. Esperamos que deixasse de chover, e celebrei a missa na pequena capela, tentando preparar o altar ponde as coisas onde chovia menos.

Volte a Baoro de tarde, e na segunda-feira de manhã saí para Bangui.

A estrada sempre em péssimo estado,especialmente até Bossembele (são á volta de 240 quilómetros). Os chamados trabalhos não está indo bem, e o pouco que fizeram é muito  deficiente. Neste troço muito pior (de Bossemptele até aos 15 quilómetros depois de Yaloke – uns 80 quilómetros) demoramos quase duas horas.

Passei por Bangui para ver os trabalhos do novo convento, que continuam ainda que um pouco lentamente.

O país está a passar por um período muito duro: as provisões de muitas coisas, que chegam em grande parte do vizinho camarões, estão quase bloqueadas. Além disso a causa da situação mundial e da presença dos mercenários russos, e da comunidade internacional  cortou grande parte das ajudas financeiras (que também serviam para pagar aos professores, enfermeiros e funcionários estatais).

O resultado? Aumento dos preços: do cimento, do ferro, do carburante, da farinha, e do azeite...E a escassez do carburante: queria levar o carro, mas é praticamente impossível: as poucas estações que ainda têm carburante, estão cheias de centenas de motos, dezenas de autocarros e de carros.

A situação é preocupante, e temo que vá durar por muitos meses.



 

 


 

 

 

 

IGWE
Igwe

 







 

 

 



Code per il carburante
Des queues pour le carburant

Il cantiere di Bangui
Le chantier à Bangui