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domingo, 5 de abril de 2020

700 km de péssimas estradas e gente boa, de medos e de esperança, de oração e de caridade.

Riso
Riz


700 km de péssimas estradas e gente boa, de medos  e de esperança, de oração e de caridade.
Também a África-Central, lentamente, se deixa acariciar pelo Coronavírus. Hoje anunciaram o 7º e o 8º caso, tudo em dois locais (não importantes).
A semana passada o Presidente da República anunciou as primeiras medidas (limitações de viagens e deslocamentos, encerramentos das escolas, proibição de reuniões e celebrações com mais de 15 pessoas) Também nós nos estamos adaptando. No Domingo limitamos o número dos presentes, mas conseguimos transmitir a Missa das 8,10 na Rádio comunitária de Bozoum, "La voix de Koyale"..
Na segunda-feira dediquei-me às compras de arroz, azeite, concentrado de tomate,  sabão, luvas, máscaras, água e lixivia para levar às paróquias
Terça-feira de manhã saí muito cedo, começando assim um percurso que me levou a visitar dez paróquias (((Bossemptele, Baoro, Bouar - Catedral, N.D. de Fátima y Wantigera -, Bohong, Bocaranga, Ndim y Ngaoundaye).
Em todas as paróquias tivemos uma reunião (respeitando distâncias e números de presentes), na qual falei, mais do que da enfermidade (sintomas, precauções, contágio, perigos), convidando a levar a sério este problema. Depois organizamo-nos, como crentes e como Cáritas, para assegurar aos mais débeis (anciãos, pobres, doentes, e portadores de alguma limitação de saúde), assistência e comida.
Apesar do medo, há um grande desejo de estar dispostos, e dar resposta concreta ao vírus.
Infelizmente não será fácil bloquear o vírus: a vida aqui está orientada para o exterior, e não há recursos económicos de reserva, (para quem necessita de sair, vender ou comprar, e pôr-se a trabalhar para obter algo para a família).
As medidas tomadas não são levadas muito a sério; apesar do número dos contágios estar a subir rapidamente nos Camarões (284 casos, hoje), e apesar das restrições das viagens desde Bangui às demais regiões, os autocarros continuam funcionando, a ir e vir, regularmente desde Bangui à fronteira dos Camarões, favorecendo desta forma a propagação da doença.
A visita, às paróquias, terminará a amanhã, sexta-feira, depois da reunião aqui em Bocaranga de onde escrevo.
Quatro dias de viagens e reuniões, 700 quilómetros de estradas, com frequência em muito mau estado. Mas também a alegria de encontrar, párocos religiosas, leigos que se preocupam, mais que tudo, com os outros. Padres e religiosas, jovens e às vezes anciãos, e ninguém que coloque o problema para si mesmo, ou que pense marchar-se, (morrer), mas todos estão preocupados pelo que possa suceder, se o vírus se propaga na África-Central.
E todos decididos a enfrentar-se com o vírus, com as poucas armas de que dispomos: a Oração, a caridade e a esperança.






Bossemptele

Baoro

Bouar

Bohong


Bus Bangui - Bouar - frontiera con il Camerun, e ritorno, nonostante le restrizioni
le bus Bangui-Bouar- frontière avec le Cameroun (et retour) malgré les limitations

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