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sábado, 11 de março de 2017

Quaresma, escolas, estradas, armas e refugiados






Quaresma, escolas, estradas, armas e refugiados
A Quaresma surgiu, sobretudo, como um período de intensa preparação para o Batismo. Os   catecúmenos que recebiam o Batismo na Páscoa, tinham como preparação um tempo intenso de catequese, orações e penitência com os quais se preparavam para receber o Sacramento.
Em muitas paróquias, em todo o mundo (e especialmente nos países de missão), há muitas pessoas que vivem com muita alegria esta caminhada Quaresmal de preparação para o Batismo.
Em Bozoum, todos os anos, são mais de uma centena, as raparigas e os rapazes, jovens e também adultos, que depois de três anos de catecismo, se preparam para se tornarem Cristãos pelo Sacramento do Batismo.
Todos os Domingos, depois da celebração da Missa, reunimo-nos durante um tempo de reflexão e preparação mais intensa.
Entretanto, a situação do País continua muito preocupante. Em toda a Prefeitura de Ouham Pende (com uma extenção maior que o Piamonte e Lombardia, cuja capital é Bozoum) a tensão está a aumentar: há movimentos de rebeldes armados (RJ, 3R etc.) constituidos principalmente por elementos musulmanos, que se confrontam com outros movimentos (antibalaka) constituidos principalmente por gente desesperada e sem escrúpulos, que se dedica, de modo especial, ao roubo de gado e ao  vandalismo.
No sábado pela manhã um grupo de antibalaka disparou sobre um carro e um camião da MINUSCA (dos Capacetes Azuis), e apoderaram-se dos telefones e de algumas armas.
No Domingo, quando ía a celebrar a Missa das 6h30. vi  dois antibalaka armados em plena cidade. Parei ... e disse-lhes (literalmente): "Não tendes  vergonha de estares armados com kalashnikov? Utilizais as armas para roubar e matar as pessoas do vosso país". Discutimos durante algum tempo, e logo pus o carro a trabalhar para me ir embora. Um ameaçou-me com   disparar para as rodas do carro. Então eu fiz marcha atrás... e repeti-lhe o mesmo... Discutimos mais um bocadinho, e fui embora (entretanto uma mulher musulmana que ia passando, conseguiu passar sem que dessem conta). Uma provocação para ajudar a gente; pois não se podem aceitar compromisos com quem está fazendo todo o possível para destruir o País.
Na terça-feira saí com Fabricio e Ludmila, da ONG SIRIRI, de Praga. A finalidade da viagem era visitar as escolas cujos professores participaram na formação em setembro, e comprovar o nível de ensino com o método "aprender jogando". De manhã muito cedo já estavamos em   Bocaranga. Depois de almoçar seguimos, passando por Ndim, até  Ngaundaye. É tempo para  visitas, mas também de reuniões e intercâmbios com os missionários e missionárias  que trabalham nestas Missões.
Quarta-feira, depois de ter visitado a escola de Ngaundaye, seguimos para Ndim. Aqui, no noviciado dos Padres Capuchinos, há setenta refugiados Peuls, ameaçados pelos antibalaka. Apesar da tristeza por esta situação, é comovente ver crianças a jogar com os noviços, e as mães ocupadas com os meninos, os anciãos que tentam discutir, ou escrever em cima das mesas de madeira os textos para a escola coránica.
Ao passar por Bocaranga, tivemos uma reunião com uns sessenta professores da cidade: nestes momentos de tensão , queríamos ajudá-los com uma pequena quantidade mensal para ficarem, e fazerem de professores.
Voltamos pelas 16 horas, e às 19 estávamos em Bozoum. As estradas estão cheias de buracos, mas vimos menos gente armada ao longo da viagem.
E, para terminar, o dia 8 de março, como era o dia internacional da mulher, Bozoum  estava em primeiro plano com um vídeo publicado pela Cáritas Internacional, com uma entrevista a Susana, a Mãe de Hipólito, a vencedora do Concurso das hortas de 2017: http://iwd2017.caritas.org/

pesca a Bozoum


Antibalaka alla barriera di Bocaranga


I Peuls sfollati nel noviziato dei Cappuccini a Ndim
les Peuls déplacés dans le noviciat des Capucins à Ndim



Aggiungi didascalia

école de Ngaundaye

Ndim



KONDO: la gallina
KONDO: le poulet



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