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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Silêncio



Silêncio
Como sucede com frequência, também esta semana esteve cheia com muitos acontecimentos, aqui na Missão de Bozoum. Mas, há uma coisa a qual não consigo  calar-me. Mas deixo para o fim.
Este fim de semana esteve muito animado, e agitado, com a chegada do P. Federico, que veio de Bangui com 11 jovens Carmelitas, que estão estudando Filosofia. Depois de passar por Bossangoa chegaram a Bozoum para alguns dias de férias e descanso.
Continuam os vários  trabalhos, graças à ajuda de muitos, e à presença de algumas pessoas preciosas que se prestaram ajudar-nos. E precisamente amanhã  dois deles partirão: Giulio Canina, dotor, e Enrique Massone.
Enrique deu uma grande ajuda ao P. Norberto na Igreja de Kpare, uma aldeia a 10 quilómetros de Bozoum, enquanto Giulio se dedicava aos doentes do dispensário.
Já terminaram os trabalhos da restruturação de um armazém, que transformamos em  ginásio para as atividades deportivas dos jovens de Bozoum. E isto graças ao CSI (Centro Sportivo Italiano) de Savona
Tudo iria bem, se não houvesse o grande problema de exploração selvagem do ouro, por parte de algumas empresas chinesas. Muitas pessoas estão convencidas de que as atividades foram suspensas. Mas isto não é verdade.
Apesar das promessas, apesar do relatório da Comissão parlamentar, apesar da análise da água do rio Ouham, que cujas análises acusaram uma forte presença de mercúrio, as citadas empresas chinesas estão em plena atividade, aumentando as obras de extração ao longo do rio.
A água do rio Ouham é castanha, e muito densa. E isto na estação seca, quando a água dos rios é mais transparente. Este fenómeno está presente no rio a centenas de quilómetros de distância de Bozoum.
Das diversas promessas (uma escola, dois dispensários), não se viu nada. As autoridades locais preferiram construir a tribuna, para as autoridades, para o desfile da festa nacional de 1º de dezembro, em vez da escola.
Dos dois dispensários, por agora um está meio construído. E o outro não.
Todos os dias, apesar da água contaminada pelo mercúrio, milhares de pessoas não podem fazer outra coisa senão beber, lavar-se e cozinhar com a água contamindada.
 E todos os dias, com absoluta indiferença das autoridades locais, centenas de pessoas (em grande parte mulheres e crianças) vão às diferentes obras para tentar recuperar um pouco do ouro que fica por ali. Muitas mulheres estão grávidas, e levam consigo os seus filhos pequenos. Quando se começarem a ver estragos causados pelo mercúrio, será demasiado tarde.
Mas..., recomendo silêncio!

Il fiume Ouham, o quello che ne resta
Le fleuve Ouham, après...

 

Non è l'Ouham
ce n'est pas l'Ouham
l'Ouham






dr Giulio

Kpare


La vecchia cappellina e la nuova...
La vieille chapelle et la nouvelle




Piccole cercatrici d'oro
Petites chercheuses d'or...


Palestra (CSI)
Salle de sport (CSI)

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