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domingo, 13 de setembro de 2020

Construir e reconstruir

 

La nuova cappella di Bokongo
La nouvelle chapelle de Bokongo



Construir e reconstruir

Despois de alguns meses de trabalho, amanhã, sábado 12 de setembro, benzeremos a nova capela da aldeia de Bokongo

Já há alguns anos, graças à generosidade de gente boa, escavamos o poço e construímos  uma bonita escola. E, agora graças à generosidade de outra pessoa, um Sacerdote, pudemos construir uma bonita capela.

De forma retangular, com um campanário em forma de cruz de ferro na fachada, para criar um espaço coberto. A pequena capela mede 12 metros por 7. Muito luminosa e arejada, está construída com ladrilhos de terra estabilizada (uma técnica nova, aqui na  África-Central).

No interior, (da capela), encontram-se os bancos para o povo, e na zona da celebração Eucarística, um altar de madeira. E no fundo há uma cruz, e um bajo-relevo em terracota, que representa a Sagrada Família (à qual a capela está dedicada).

Esta aldeia, a 15 quilómetros de Bozoum, terá assim um belo lugar para rezar, e celebrar.

E nesta aldeia há 200 famílias de Peuls (pastores nómadas) que regressaram. Trata-se de tribos nómadas, cuja única riqueza é a de criar vacas. Estavam aqui em fevereiro, e já então tínhamos tentado ajudá-los. A aldeia acolheu-os sem demasiados problemas. Eles tentaram ir mais para o sul, mas agora regressaram novamente.

É uma aldeia muito antiga, com tradições muito antigas, os Peuls provenientes do Chad e de países como a Nigéria e os Camarões. Estão na África-Central desde o princípio do século XX, e para eles, fronteiras e leis são conceitos bastantes abstratos.

Mas nestes anos de guerra, e de desordem, perderam quase todos os animais. E deste modo foram obrigados a trasladarem-se, procurando um alojamento definitivo. Mas a miúde são vítimas de abusos e assédios, tanto por parte dos diversos grupos de movimentos rebeldes (como os 3R, que se servem deles como escudos para justificar a sua existência, e depois poder usá-los e roubá-los), como por parte das autoridades.

Precisamente nestes dias passados, o Prefeito mandou-me a lista dos Peuls, pedindo-me que os atendesse. E nós o faremos com todo o gosto. Mas não gosto de ver que, enquanto as autoridades pedem à Cáritas que ajude as pessoas, as mesmas autoridades se aproveitam delas. Obrigaram a todas as famílias peuls a que façam um documento de identificação (que tem um valor jurídico praticamente nulo), e fê-los pagar. A cifra paga ao Prefeito (5.000 franco, uns 7’5 euros) é algo enorme para quem se encontra em necessidade e praticamente não tem nada.

E dói ver que quem deveria precisamente proteger a população, aproveitar-se dela para enriquecer.









 





A scuola
à l'école

Peuls à Bokongo





 

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