cinzas e Cinzas
Entre o final de janeiro
e o início de fevereiro de 2019 os movimentos rebeldes (14), o governo da
África-Central e a comunidade internacional reuniram-se em Cartum, no Sudão,
para se encontrar (o enésimo) acordo. Nestes últimos cinco anos os Acordos
(assinados solenemente e solenemente rejeitados) foram pelo menos oito, e este
último corre o perigo de ter o mesmo fim.
Os Acordos de
Cartum apresentam uma boa análise da situação e dos problemas que levaram a
África-Central ao caos: corrupção, centralização, má gestão e má distribuição
do poder… Mas a aplicação deste, e muitos outros pontos (bastante confusos),
constituíram rapidamente um problema. Os Acordos prevêem um governo que inclui
ao mesmo tempo representantes dos grupos armados (Porquê?), e no Domingo
anunciou-se o novo governo. Vinte e um dos trinta e seis ministros foram
confirmados (em face da notícia) e os movimentos rebeldes estão representados,
mas não o suficiente (segundo estes últimos).
Já no Domingo
alguns grupos se tinha desvinculado, e outros os seguiram depois, exigindo do governo
mais postos, e uma nova lista de ministros. Alguns grupos aproveitaram para
recuperar terreno (como ao norte, em Bocaranga, Ndim, Koui e Ngaundaye, onde
houve dois mortos, e o bloqueio de acesso aos organismos humanitários). Noutra
parte, em Baboua, na direção da fronteira com os Camarões, o grupo rebelde FDPC
(Frente Democrática do Povo Centro-Africano), bloquearam a estrada, e
sequestraram alguns viajantes (entre eles Fabricio, aluno do nosso Liceu Santo
Agostinho, que frequenta a Universidade em Bertoua, nos Camarões). Foram
levados para a sabana, roubados e só três dias depois, e graças à intervenção
dos Capacetes Azuis da Minusca, foram postos em liberdade… Este é o relato:
“Para ganhar um pouco de tempo, saímos de
Bouar no Domingo depois de almoçar, a fim de chegar à fronteira à tarde.
Lástima que, uma vez chegados à aldeia de Zoukoumbom, o nosso autocarro foi
mandado parar por homens armados da FDPC, que se manifestam contra o governo recém-formado. Depois de nos ter ameaçado,
os rebeldes despojaram-nos de tudo o que tinha valor, e do dinheiro (uns 15.000
euros).Nós eramos 25, e estivemos como prisioneiros seus, dois dias e duas
noites, em condições muito más.
Não
foram muito brutais (à parte de um comerciante que se lamentava do dinheiro que
lhe roubaram, e que
foi posto de lado e nunca mais o vimos).
Finalmente
fomos libertados na manhã de terça-feira, com a mediação feita pela MINUSCA e
pelas
Autoridades.”
Veremos nos próximos dias o que
acontecerá.
Aqui, como em todo o mundo católico, na
quarta-feira começamos o tempo da Quaresma, um período de quarenta dias de preparação para a Páscoa.
Um tempo para a preparação dos candidatos ao Batismo (os Catecúmenos), que na Páscoa receberão o
Sacramento. Aqui somos abençoados e sortudos, porque todos os anos, na Páscoa, temos a graça de
celebrar Batismos de crianças, jovens e adultos.
Um tempo de compromisso, nascido da
certeza e alegria de nos sabermos amados de Deus de um modo único e infinito.
Quarta-feira subimos a uma colina (chamada
por alguns, com um pouco de arrogância, “Mointe Binon”) onde celebrámos a Eucaristia, impusemos as
Cinzas (sinal e símbolo da conversão). Muitos ficaram no Monte durante todo o dia, rezando e
meditando.
E hoje,
quinta-feira, recomeçamos a escola com a “Semana cultural”: dois dias de
manifestações culturais para os nossos alunos do Liceu Santo Agostinho, com
competições, sketch, canções e danças.
E saudações para
todas as mulheres.
Lavori sul tetto della Chiesa di Bozoum POse des toles sur l'église de Bozoum |
La vecchia scuola di Dayanga la vieille école de Dayanga |
Cappella e nuova scuola (in costruzione) a Dayanga La chapelle et la nouvelle école (en construction) à Dayanga |
Salita al Monte Binon Montée au Mont Binon |
Attività culturali al St Augustin Journées culturelles à St Augustin |
Sem comentários:
Enviar um comentário